A concentração da propriedade da terra e a concentração dos meios de comunicação nas mãos de pequenos grupos são as principais responsáveis pela desigualdade no mundo, porque ao prejudicar a segurança alimentar da maioria da população e ao impedir de terem voz no debate publico, acaba aprofundando outras formas de exclusão social. Essa foi a conclusão a que chegaram diversas associações de Organizações Não Governamentais de vários países reunidas no seminário “Luta contra as desigualdades sociais e a exclusão”, durante o Fórum Social Mundial, que aconteceu em Dacar (Senegal), entre 6 e 11 de fevereiro deste ano. No seminário, as entidades buscaram levantar as similaridades do processo de desenvolvimento e dos fatores que causam as desigualdades no continente africano e na América Latina. Para os representantes brasileiros no encontro, a desigualdade em nosso país é reforçada, principalmente, por quatro fatores: a concentração da terra e o modelo do agronegócio e da mineração; a dívida interna entre os Estados e união; a desigualdade educacional e a baixa qualidade do ensino público; e por fim, a concentração dos meios de comunicação. Já em países como a Bolívia, além da questão da terra, há a exclusão étnica das populações indígenas, enquanto no continente africano a questão da discriminação da mulher é fator de aprofundamento da desigualdade social.
OMS recomenda reduzir propaganda de alimentos prejudiciais.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) está recomendando aos países que tomem uma série de medidas para evitar que as crianças tenham uma alimentação rica demais em calorias e outros elementos prejudiciais à saúde. Lembrando que a TV é a principal responsável pela propaganda de alimentos nocivos, a agência recomenda que os governos tomem providências para reduzir o marketing infantil de produtos ricos em açúcar, gordura e sal, que podem causar doenças crônicas ao longo da vida. Em todo o mundo, 43 milhões de crianças em idade pré-escolar estão gordas ou obesas. E a dieta alimentar é um dos quatro principais fatores associados à doenças como câncer, diabetes, problemas cardiovasculares e complicações no pulmão.
VIOLÊNCIA
Juventude ameaçada
De acordo com o estudo Mapa da Violência 2011, divulgado recentemente pelo Ministério da Justiça, o Brasil ocupa o sexto lugar no ranking de homicídios entre jovens. A taxa de homicídio entre jovens de 15 a 24 anos subiu de 30 mortes por 100 mil pessoas, em 1998, para 52,9, em 2008. À frente do Brasil no ranking aparecem apenas El Salvador, com 105,6 mortes violentas em cada grupo de 100 mil jovens, Ilhas Virgens (86,2), Venezuela (80,4), Colômbia (66,1) e Guatemala (60,6).
O estudo mostra que os homicídios são responsáveis por 39,7% das mortes de jovens no Brasil, sendo que as taxas mais elevadas – acima de 60 homicídios em cada grupo de 100 mil jovens – estão na faixa dos 19 aos 23 anos de idade. Entre os Estados brasileiros, Alagoas tem a taxa de homicídio juvenil mais alta do país (60,3), seguido pelo Espírito Santo (56,4) e Pernambuco (50,7).A interiorização da violência nos Estados é outro dado revelado pelo estudo. Enquanto nas capitais e regiões metropolitanas, houve uma redução nas taxas de homicídio de 3,1% entre 1998 e 2008, nas cidades do interior a taxa de homicídios cresce de forma assustadora.
MEIO AMBIENTE I
Cientistas rejeitam alteração no Código Florestal
Um grupo de pesquisadores da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e da Academia Brasileira de Ciências (ABC), formado para analisar as mudanças do Código Florestal, rejeitou as principais propostas do relatório do deputado Aldo Rebelo (PcdoB-SP) sobre o projeto que pretende flexibilizar a legislação ambiental sobre o uso da terra.
Resultado de mais de sete meses de trabalho, o estudo dos pesquisadores aponta para a necessidade de se introduzirem modificações no Código Florestal; mas a solução não estaria no substitutivo de Aldo Rabelo, que reduz a chamada Reserva Legal, aquela parcela de toda propriedade rural que não pode ser desmatada. Pelo Código Florestal atual, a Reserva Legal é de 80% da propriedade no bioma amazônico, de 35% no Cerrado dentro da Amazônia Legal e de 20% no restante do país.O relatório de Rebelo, defendido pela bancada dos ruralistas, dá anistia a quem desmatou ilegalmente até 2008 e propõe reduções nas áreas de Reserva Legal (RL) das propriedades, que em alguns casos poderia reduzi-las a zero. Além disso, defende diminuir, de 30 metros para 15 metros, a Área de Proteção Permanente (APP), que é uma faixa de vegetação situada ao longo dos corpos de água, nas encostas e topo de morros, que pela lei atual não pode ser eliminada.
Em um seminário na Câmara dos Deputados, os cientistas reforçaram a importância das áreas protegidas por lei nas propriedades privadas não só para a manutenção da própria produção agropecuária como também para a prevenção de tragédias ambientais. E reafirmaram que o Brasil pode ampliar sua produção agropecuária com saltos de produtividade, sem necessidade de desmatar novas áreas de florestas.
“Temos de melhorar a agricultura, estabelecendo uma boa política agrícola, e fazer isso de forma integrada com a política ambiental. É possível produzir com alta tecnologia e sustentabilidade, respeitando a mata ciliar e a Reserva Legal. Esse é o grande desafio”, defendeu o professor Ricardo Rodrigues, pesquisador da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP).
MEIO AMBIENTE II
Brasil reciclou mais de 300 mil toneladas de pneus
No ano passado, o Brasil reciclou 311,5 mil toneladas de pneus, de um total de 67,3 milhões de toneladas de todos os tipos e tamanhos de pneus produzidos no país em 2010. A nova Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), sancionada pelo ex-presidente Lula em dezembro de 2010, dá atenção especial à logística reversa, obrigando fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de pneus (e de outros materiais) a recolher e dar destinação correta aos produtos depois de descartados pelo consumidor final.
Descartados incorretamente, os pneus demoram, em média, até 600 anos para se decomporem na natureza. Destinados para a reciclagem, os pneus são utilizados como fonte de energia em indústrias de cimento e de papel, podem ser transformados em concreto ecológico, asfalto permeável, sola de calçados ou capachos para automóveis, entre outras destinações.
Autor = Jaime Luccas
Fonte = www.cidadenova.org.br
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